Ex-craque paraguaio vende pães após tragédia fora dos campos

Há pouco mais de quatro anos, o paraguaio Salvador Cabanãs levou um tiro na cabeça em uma boate na Cidade do México e viu sua carreira como jogador de futebol ser interrompida tragicamente. Hoje com 33 anos, ele ajuda seus pais na padaria da família, no Paraguai, continua treinando e pode se tornar comentarista esportivo na televisão.


Atualmente acorda às quatro da manhã para distribuir o pão que será entregue aos clientes de seus pais, Dionisio e Basilia Cabanãs. "Distribuímos pães nos arredores de Itaguá. Gosto do trabalho. As pessoas me reconhecem e perguntam, sobre futebol claro. Digo a eles que me divirto muito", afirmou Cabanãs à agência AFP.

Cabanãs estuda propostas de emissoras de TV paraguaias e do exterior. Se lembra também do apelido que os brasileiros deram a ele: "Nunca vou esquecer como eles me chamavam, de gordinho". Quando atuava pelo América do México, ele foi carrasco de Santos e Flamengo na Libertadores de 2008.
Antes do tiro, Cabanãs diz que tinha firmado um pré-contrato com uma equipe europeia. "Me disseram que o destino seria o Manchester United. O América me segurou. Me deu um apartamento em Acapulco e outro em Cancún. Dobraram meu salário", lembrou o ex-jogador.

Segundo Cabañas, sua ex-mulher ficou com uma mansão em Assunção, avaliada em quase R$ 12 milhões, e também levou os seus bens. O pai de Cabanãs diz que o filho é vítima do autor do tiro, da ex-mulher, do próprio advogado e do ex-representante. "Levaram tudo o que ganhou com seu próprio esforço. É muito injusto e não posso esconder o que estão fazendo", disse Dionisio.

Depois do acidente, o ex-atacante passou por equipes de menor expressão do futebol paraguaio, como 12 de Octubre e General Caballero.

Durante o período em que esteve internado em tratamento intensivo após o tiro, o ex-jogador paraguaio chegou a sonhar que sua vida estava suspensa por um fio. Sobre a sequela do tiro, Dionisio afirma que o filho ainda tem dificuldades para enxergar, especialmente no olho esquerdo. Apesar das dificuldades, Cabañas mostra otimismo no futuro. "Bom estou aqui tentando me recuperar. Vou ter sucesso", finalizou.

matéria do uol.com.br
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